11 maio 2007

Liberdade

O que eu gosto de andar de chinela no pé por essas ruas!
Faz-me recuar ao tempo em que passava os dias na praia a apanhar cabozes e perceves. Ao tempo em que o meu avô me desenhava traineiras, às tardes passadas ao lado da minha avó, a comer rajás ou caranguejos, enquanto ela se virava para as palecas e perguntava:
- Ah q'rida, na quer uma barraquinha?

Entristeço-me ao pensar que, se tiver filhos, vou ter de os trancar em casa por causa da má vizinhança, dos carros, dos perigos que existem nos subúrbios de uma grande cidade. De não poderem ter a liberdade que eu tive, de brincar na rua até tarde, de sentir a força que o mar nos dá, como se fizesse parte do nosso corpo...