30 junho 2008

A relação neurótica que tenho com o meu corpo atinge o seu auge no Verão. Nesta altura as roupas são mais leves, mais curtas e põem a descoberto os quilos a mais, as manchas na pele por bronzear, cicatrizes, pêlos encravados... A luz do sol é intensa, tão intensa que me fere os olhos minúsculos. Persegue-me, gozando comigo, rindo da minha triste figura que se arrasta pelas ruas ofegante, a pingar gotas de suor ao tentar fugir daquele monstro de dedos compridos que queimam. Corro para a sombra. O ritmo cardíaco aumenta e insulto-me por, mais uma vez, não ter trazido uma garrafa de água. Quase morro! Não consigo perceber a histeria das pessoas com a chegada do Verão... Vivemos ou não num país com sol o ano inteiro?!
Apesar de ainda estarmos em Junho,
já sonho com as folhas das árvores a cair e com castanhas assadas.