Virilhas e afins

Perto do local onde trabalho, abriu mais um centro de beleza, isto é, mais um antro de perdição para quem quer manter-se belo. Ilusões! Em busca do cardápio dos serviços e dos custos, decidi entrar. Fui atendida por uma funcionária devidamente equipada e sorridente. Olhei de relance o estabelecimento de cores berrantes e, agradecendo, saí. Percorri avidamente com os olhos a ementa: cabeleireiro, tratamentos corporais, tratamentos faciais e depilações. Confesso que esta é uma área que me agrada especialmente. Já me imaginei de bata branca e espátula na mão, barrando de cera efervescente as pernas de alguém... Adiante! Na área da depilação pode fazer-se quase tudo: meia perna, perna inteira, axilas, meio braço, buço, sobrancelhas, virilhas, virilhas brasileiras, virilhas caribenhas...Virilhas caribenhas?! Já tinha ouvido falar das brasileiras, mas caribenhas nunca. Imediatamente começo a pensar em que método depilatório seria aquele, mas não cheguei a nenhuma conclusão, nem voltei atrás para indagar.
Estarão em desenvolvimento uma maior internacionalização das virilhas? E porque não exclusivamente europeias? Encontraremos nós, mulheres modernas, por esses menus de beleza virilhas espanholas, francesas, inglesas, alemãs, holandesas? Tenho as minhas dúvidas. A julgar por uma holandesa, que há tempos foi minha aluna, e que teimava em balançar-se na cadeira, levantando os braços, ostentando tufos de pêlos nos sovacos, que pareciam morcegos sacudidos pelo vento, boicotando a minha concentração, duvido que tenham muita saída! Nem quero imaginar como seriam as virilhas da senhora.