Quando estava no secundário, e enquanto fazíamos planos para o futuro, discutíamos médias para entrar na universidade, havia um colega de turma cujo único desejo era ter uma mercearia. Ao ouvirmos isto, ríamos-nos! Como é que era possível um jovem como ele, inteligente, ter a simples ambição de um dia ser dono de uma mercearia?!
Casou com a mulher que sempre amou, é pai, e tem um negócio na área da restauração. Conseguiu o que queria. É feliz.
Seria pouco? Aos nossos olhos de jovens ambiciosos com vontade de ser alguém sim, era pouco.
Eu, como tantos outros, entrei numa universidade, tirei um curso que não me serve para nada, demoro pelo menos uma hora a chegar ao trabalho, quando tenho trabalho, vivo longe do meu mar e ainda hoje não sei muito bem o que quero.
Agora vejo que ele estava certo e nós errados.
Seria muito mais feliz se encarasse a vida tal como ela é.
Seria muito mais feliz se não tivesse consciência das coisas.
Seria muito mais feliz se não me questionasse constantemente a mim e aos outros.
Casou com a mulher que sempre amou, é pai, e tem um negócio na área da restauração. Conseguiu o que queria. É feliz.
Seria pouco? Aos nossos olhos de jovens ambiciosos com vontade de ser alguém sim, era pouco.
Eu, como tantos outros, entrei numa universidade, tirei um curso que não me serve para nada, demoro pelo menos uma hora a chegar ao trabalho, quando tenho trabalho, vivo longe do meu mar e ainda hoje não sei muito bem o que quero.
Agora vejo que ele estava certo e nós errados.
Seria muito mais feliz se encarasse a vida tal como ela é.
Seria muito mais feliz se não tivesse consciência das coisas.
Seria muito mais feliz se não me questionasse constantemente a mim e aos outros.
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